A Professora da Educação Infantil e suas Representações Sociais

  • Andressa Francine Paes Ribeiro Universidade Católica do Paraná
  • Evelise Maria Labatut Portilho Universidade Católica do Paraná

Resumo

O presente artigo faz parte da pesquisa Aprendizagem e Conhecimento na Ação Educativa, vinculada ao programa de Pós-graduação em Educação Stricto Sensu da Pontifícia Universidade Católica do Paraná. O objetivo foi identificar as representações sociais que as professoras de educação infantil possuem sobre sua profissão e suas implicações na prática. O referencial teórico baseia-se, principalmente, nas propostas de Moscovici (1978, 2009); Jodelet (2001); Kramer (2008); Oliveira-Formosinho (2011). A metodologia utilizada está sustentada na visão fenomenológica hermenêutica. A instituição pesquisada foi um Centro Municipal de Educação Infantil de Curitiba/PR, contando com a participação de 32 professoras/educadoras. Os instrumentos utilizados para coleta de dados foram as observações na sala de aula e a entrevista semi-estruturada com as professoras/educadoras. Os resultados possibilitaram identificar que as professoras/educadoras, deste ambiente educativo, ainda não se percebem como profissionais, o que pode dificultar intervenções significativas em suas práticas pedagógicas. Muitas vezes, se mantêm na função, devido a “estabilidade” que o cargo oferece, ficando atreladas a uma rotina rígida, que possivelmente as impede de aceitar inovações.

Biografia do Autor

Andressa Francine Paes Ribeiro, Universidade Católica do Paraná
Atualmente é Prof.ª Mestre em Educação (PUCPR), desenvolvendo pesquisas na área de formação de professores. Participa do Grupo de Pesquisa Aprendizagem e Conhecimento na Prática Docente, orientado pela Professora Dr.ª Evelise Maria Labatut Portilho. Tem formação em psicopedagogia e experiência na área de Educação, com ênfase em séries iniciais, dificuldades de aprendizagem e avaliação diagnóstica com enfoque psicoeducacional. Atua em cursos de formação continuada e pós-graduação para professores; professora das disciplinas Didática, Metodologia de Ensino, Estrutura e Funcionamento da Educação Básica, Metodologia da Língua Portuguesa, Literatura Infanto-juvenil e Produção Textual para o curso superior; professora da rede municipal de Colombo (PR), ministrando a disciplina de língua inglesa.
Evelise Maria Labatut Portilho, Universidade Católica do Paraná

Possui graduação em Pedagogia pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná; especialização em Psicopedagogia, Educação Especial e Grupos Operativos; mestrado em Educação pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (1995) e doutorado em Educação pela Universidade Complutense de Madri (2003). Pós Doc na Universidade do Porto (2015) - CAPES. É professora titular do Programa Stricto Sensu em Educação da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR). Coordenadora da Pesquisa Aprendizagem e Conhecimento na Formação Continuada, que atende escolas de diferentes níveis e redes, com um Programa de Formação Continuada aos professores. Recebe fomento externo por meio de bolsa de estudo para alunos de mestrado e doutorado. Coordenadora do Curso de Especialização em Psicopedagogia da PUCPR, desde 1990. Conselheira da Associação Brasileira de Psicopedagogia (ABPp), onde coordena a Comissão de Cursos. Autora de livros e artigos científicos. Co-autora do Inventário Portilho/Beltrami de Estilos de Aprendizagem e do Questionário Portilho/Banas de Estilos de Ensino. Tem experiência na área de Educação, atuando principalmente nos seguintes temas: aprendizagem, estratégias e estilos de aprendizagem e ensino, psicopedagogia, metacognição, avaliação e formação de professores. Bolsista Produtividade em Pesquisa da Fundação Araucária de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Estado do Paraná. Integrante do Grupo de Pesquisa Educación Personalizada en la Era Digital (EPEDIG) da Universidad Internacional de la Rioja - Espanha.

 

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Publicado
2017-05-19
Como Citar
RIBEIRO, A. F.; PORTILHO, E. M. A Professora da Educação Infantil e suas Representações Sociais. CADERNOS DE PESQUISA: PENSAMENTO EDUCACIONAL, v. 10, n. 25, p. 96-115, 19 maio 2017.