Plantão Psicológico no Sistema de Justiça: práticas de extensão universitária
Resumo
O presente artigo constitui-se como um relato de duas experiências extensionistas, desenvolvidas pela Psicologia na interface com o Direito e realizadas em duas Instituições Públicas de Ensino Superior localizadas em duas regiões do Brasil. Sendo assim, objetiva-se compartilhar as práticas extensionistas a partir de um olhar para o tema do plantão psicológico no sistema de justiça e para a relevância da extensão universitária. Aliando os percursos e as aproximações das duas experiências de extensão, a prática do Plantão Psicológico surge como um ponto em comum, bem como o diálogo interdisciplinar da prática desenvolvida. Um aspecto que pode ser destacado em relação às experiências extensionistas é a flexibilidade que ambas possuem para a imprevisibilidade, aspecto intrínseco ao Plantão Psicológico. Tal abertura para o inesperado também se aplica ao público atendido, já que chegam buscando inicialmente a resolução de suas demandas jurídicas e são surpreendidos com a disponibilidade de escuta psicológica. Compreender como a prática do Plantão Psicológico se opera no espaço psicojurídico tornou-se um caminho central no presente artigo, perpassando as rotinas dos atendimentos na extensão e lançando um olhar reflexivo sobre as práticas desempenhadas. Desta forma, entende-se que compartilhar tais experiências possa inspirar novas ações extensionistas no campo psicojurídico.
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