CADERNOS DE PESQUISA: PENSAMENTO EDUCACIONAL

Apresentação

Fábio Josué Souza dos Santos — 2024-10-17

Apresentação

O Programa de Pós-graduação em Educação do Campo (PPGEDUCAMPO) da UFRB: histórico e caracterização

Fábio Josué Souza dos Santos — 2024-08-29

O artigo contextualiza e caracteriza o Programa de Pós-Graduação em Educação do Campo (PPGEDUCAMPO) da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), Campus Amargosa, que oferece o curso de Mestrado Profissional em Educação do Campo, até o presente momento o único no Brasil na área. Para sua construção foi utilizada uma abordagem qualitativa e empregado o método autobiográfico e a análise documental. O propósito é apresentar, em linhas gerais, o referido Programa, descrevendo o contexto institucional que marcou o seu surgimento; apresentar os seus objetivos, linhas de pesquisa, quadro docente, estruturação curricular e a metodologia de funcionamento em Alternância, forma de ingresso, bem como um breve balanço da experiencia acumulada em uma década de existência do Programa. O artigo cumpre, assim, uma função introdutória aos demais textos que compõem o dossiê “10 anos do Mestrado Profissional em Educação do Campo da UFRB: desafios da formação e pesquisa”.

Palavras-chave: Educação do Campo. Mestrado Profissional em Educação do Campo. Pós-Graduação. UFRB.

O PPGEDUCAMPO/UFRB e a formação da classe trabalhadora do campo

Silvana Lucia da Silva Lima — 2024-08-29

Este artigo traz apontamentos sobre os referenciais teóricos e as contribuições do Programa de Pós-graduação strictu sensu em Educação do Campo na formação da classe trabalhadora do campo. Articulando as categorias educação, trabalho e formação humana, evidencia como as contradições da sociedade capitalista e sua expressão no desenvolvimento agrário brasileiro foram determinantes na conquista da Educação do Campo enquanto política pública. Por fim, apresenta as contribuições do Programa, a partir dos trabalhos de conclusão de curso, com a luta por um projeto popular para o campo brasileiro.

Formação de professores(as) e organização do trabalho pedagógico nas Escolas do Campo: problematizações a partir de uma linha de pesquisa do PPGEDUCAMPO/UFRB

Alex Verdério — 2024-08-29

O presente artigo tem por objetivo analisar a contribuição da produção acadêmico-científica da Linha 1 do Programa de Pós-Graduação em Educação do Campo da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia: Formação de Professores e Organização do Trabalho Pedagógico nas Escolas do Campo. Trata-se de uma pesquisa bibliográfica e documental que utilizou fontes primárias a partir do levantamento dos produtos finais elaborados pelos(as) egressos(as) da supracitada Linha de Pesquisa. Para tanto, realizou-se uma discussão teórica acerca das seguintes categorias: Formação de Professores e Organização do Trabalho Pedagógico na Educação do Campo. Conforme as análises das produções acadêmicos-científicas, identificou-se que os 56 produtos se encontram distribuídos nos nove grupos temáticos que compõem a referida linha de pesquisa, a saber: Escola do Campo; Processos de alfabetização; Escolarização e profissionalização no/do campo; Formação de professores(as); Diversidade Étnico-Racial nas Escolas do Campo; Acesso e permanência da Juventude Campesina à Universidade; Gestão de Projetos Institucionais e Financiamento da Educação, Organização Política e Trabalho Docente. Nesse sentido, os trabalhos analisados configuram investigações acadêmicas capazes de promover outras formas de implementação do trabalho docente nas escolas do campo alinhadas ao projeto educativo da Educação do Campo. Além disso, o estudo possibilitou identificar as contribuições das produções acadêmicos-científicas para o fortalecimento das organizações populares e movimentos sociais do campo, bem como das ações pedagógicas nas diversas redes de educação pública na Bahia, no Nordeste e no Brasil.

A Pedagogia da Alternância e o Mestrado Profissional em Educação do Campo da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia

Débora Alves Feitosa — 2024-08-29

O presente artigo trata sobre a Pedagogia da Alternância e sua interface com a Educação do Campo. Recupera o histórico da Pedagogia da Alternância no Brasil e sua regulamentação legal. Faz um breve levantamento sobre a produção acadêmico-científica na pós-graduação acerca da Pedagogia da Alternância e apresenta a produção realizada no Mestrado Profissional em Educação do Campo da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia sobre esse tema ao longo de sua existência. Caracteriza a alternância no âmbito do PPGEDUCAMPO, problematizando seus potenciais, limites e desafios.

Palavras-chave: Pedagogia da Alternância; Educação do Campo; Formação de Professores; Mestrado em Educação do Campo.

As lutas (de) negras na terra, e os desafios da elaboração teórica: o sujeito negro como agente histórico no campo

Ana Cristina Nascimento Givigi — 2024-08-29

Este artigo tem como objetivo discutir a (des)consideração do sujeito negro como agente histórico do campo em face à disparidade entre a existência e lutas negra e feminina no campo e a elaboração teórica da educação do campo. Novos sujeitos vêm emergindo no cenário da educação do campo, reivindicando o seu lugar nas lutas e na produção teórico-política. Ao assim se colocarem, subvertem as classificações impostas pelo projeto de modernidade, cujo epicentro é a manutenção da supremacia racial branca e seus pressupostos políticos e econômicos. À esteira deste argumento, percebe-se que o legado ancestral feminino é constituído por estratégias que se circunscrevem a partir de cosmologias negras, cujas performances são tecidas fora dos modelos eurocentrados da política (Martins, 2003) e que estão fora da elaboração teórica da educação do campo, uma vez que as pedagogias negras não constituem princípios e concepções da educação do campo. Este trabalho utiliza-se de cartas de discentes negras do Programa de Pós-Graduação em Educação do Campo da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, elaboradas num projeto de pesquisa, para apontar o violento silenciamento das negras, e em contrarresto dizer dos arranjos políticos que indicam sociabilidades produtivas no campo. Estas práticas ancestrais ritualizaram lutas pela e na terra, seja de escravizados/as, seja de assenzalados/as, que eram, antes de tudo, povos negros africanos e agentes históricos da luta pela terra. Isso indica uma política de (re)conhecimento das lacunas do pensamento social brasileiro e a necessidade de reposicionamento do branco e seu lugar de privilégio na produção teórica.

Palavras-chave: Legado ancestral feminino negro. Educação do Campo. Produção teórica. Branquitude.

Ancestralidade, raça e gênero em Educação do Campo: as Cirandas de Saberes de mulheres campesinas no território da Chapada Diamantina/BA

Celiane Ribeiro Miranda Santiago — 2024-08-29

Neste texto, convidamos o/a leitor/a a conhecer a ciranda de saberes como proposição teórico-metodológica para o trabalho com mulheres campesinas em contextos do campo brasileiro, de modo a fortalecer a intersecção entre raça, gênero e ancestralidade a partir de inspirações negro-feministas e descoloniais. Para isso, apresentaremos recortes de uma pesquisa desenvolvida no Programa de Pós-Graduação Mestrado Profissional em Educação do Campo da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, especialmente, na linha de pesquisa Cultura, Raça, Gênero e Educação do Campo no ano de 2023. Propomos evidenciar um alinhamento teórico-metodológico e político, em tramas feministas negras e descoloniais, para afirmar raça, gênero e ancestralidade como categorias fundamentais para a compreensão dos modos de educação, de (infra)política e de re-existência das mulheres do campo no contexto brasileiro. Com isso, compreendemos que a circularidade da ciranda de saberes, construída em parceria com mulheres negras e campesinas do território de identidade da Chapada Diamantina/BA, reverbera um entremeio indissociável entre teoria, metodologia e política para pesquisas em Educação do Campo.

Atuação profissional e política de egressos(as) do Mestrado Profissional em Educação do Campo da UFRB

Luiz Paulo Jesus de Oliveira — 2024-08-29

Nas últimas décadas, os mestrados profissionais em educação têm-se destacado pelo seu potencial inovador na formação de educadores e na melhoria dos indicadores da educação básica no Brasil. Neste sentido, o presente artigo objetiva analisar a atuação profissional e política dos egressos do Mestrado Profissional em Educação do Campo (PPGEDUCAMPO) da UFRB, a fim de evidenciar a sua importância enquanto lócus de formação de professores e educadores dos movimentos sociais e sindicais do campo no Brasil. Ao longo dos anos, o PPGEDUCAMPO tem realizado um acompanhamento dos seus egressos, o que permitiu a construção de um banco de dados sobre os seus destinos profissionais e atuações políticas. Para fins analíticos, o recorte empírico diz respeito a 77 egressos entre 2015 e 2020, cujos resultados indicam que a totalidade desses egressos está integrada no mercado de trabalho, com a atuação profissional majoritariamente na educação básica e que estes ascenderam na função que exerciam antes do ingresso ou mudaram de cargo após a conclusão do curso, bem como ocuparam posições políticas estratégicas em fóruns, câmaras territoriais, movimentos e organizações sociais e sindicais do campo no âmbito local, regional e nacional. Portanto, conclui-se que, na contramão das propostas originárias do modelo de pós-graduação profissional, germinadas das demandas das empresas privadas e do mercado financeiro, o Mestrado Profissional em Educação do Campo tem apostado na formação de professores e educadores dos movimentos sociais e sindicais do campo, cujas trajetórias e percursos profissionais estão comprometidos com a defesa da educação do e no campo.

Mestrado Profissional em Educação do Campo da UFRB: 10 anos de compromisso com a escola pública e a formação das educadoras e educadores do campo

Mônica Castagna Molina — 2024-08-29

Este artigo reflete sobre o Programa de Pós-Graduação em Educação do Campo (PPGEDUCAMPO), que oferece o Mestrado Profissional em Educação do campo no Centro de Formação de Professores da Universidade do Recôncavo da Bahia (UFRB), o único que possui sua área de concentração na Educação do Campo, e que no ano de 2023 completou 10 anos de existência, desenvolvendo ações formativas e de investigação alinhadas com a formação de professoras/es das redes públicas de ensino, de gestores públicos e lideranças dos movimentos e organizações sociais do campo, referenciados com as Diretrizes Operacionais da Educação do Campo e a Política Nacional de Educação na Reforma Agrária. Orientados pelo levantamento bibliográfico e documental, analisamos suas contribuições com a defesa da escola pública e as políticas de formação de educadoras/es, questões prioritárias para o Movimento da Educação do Campo enquanto agenda de luta e mobilização em seus 25 anos de existência.

Los cuidados de niños, niñas y adolescentes de poblaciones rurales de comunidades bilingües en el uso de redes sociales: miradas e implicaciones interseccionales

Alicia Eugenia Olmos — 2024-08-29

En la era digital actual, el uso de redes sociales se ha convertido en una parte integral de la vida cotidiana de niños, niñas y adolescentes en todo el mundo. Sin embargo, el acceso y la utilización de estas plataformas pueden presentar desafíos únicos y significativos, especialmente para aquellos que viven en comunidades rurales bilingües. En estas poblaciones, factores como la limitada infraestructura tecnológica, barreras lingüísticas y culturales y la falta de programas educativos específicos pueden influir en la experiencia de niños, niñas y adolescentes en el entorno digital, generando procesos de exclusión social. Asimismo, la intersección de factores como el género, la etnicidad, la clase y la ubicación geográfica puede crear una dinámica compleja que afecta la manera en que niños, niñas y adolescentes navegan y experimentan el mundo digital. Este escrito tiene como objetivo explorar y comprender, en los desarrollos académicos actuales, los riesgos específicos asociados con el uso de redes sociales entre niños, niñas y adolescentes de comunidades rurales bilingües. La idea es propiciar un ambiente de reflexión crítica que, a través de una perspectiva interseccional, identifique las diferencias en la percepción de riesgos para niños, niñas y adolescentes rurales bilingües y las estrategias de afrontamiento y mitigación necesarias para los entornos parentales, escolares y comunitarios.

Entendemos que la falta de cuidados específicos para estos agentes sociales es también una forma de exclusión.

Palabras clave: Educación rural. Cultura digital. Seguridad digital. Intersectorialidad.

Formación docente y territorio en Colombia: subjetividades, singularidades y diferencias

Luis Fernando Vásquez Zora — 2024-08-29

El presente artículo tiene por objeto repensar la formación docente en tanto experiencia y práctica situada, territorial, subjetiva, singular y diferente. La metodología se basa en el análisis de las subjetividades formadas por conceptos, por reglas y prácticas que constituyen y modifican determinados sujetos sociales. Singularidades que producen relaciones con el cuerpo propio, cultural y múltiple, familiar, barrial, de colectivos y grupos, es el análisis de la formación docente y su relación con lo social. De experiencias de la diferencia de sujetos y colectivos que construyen saberes, políticas y éticas situadas en, con y desde los territorios. Entre los hallazgos encontramos que la formación docente deberá tener relación directa con las experiencias de los saberes situados en el territorio. Entre las conclusiones, primero, que la formación docente es una racionalidad social de prácticas para la formación y modificación de cuerpos, de situaciones y de contextos sociales, segundo, que ella se debate en relaciones territoriales, que es una experiencia situada sobre el suelo de la escuela y del barrio, una experiencia de la singularidad y de la diferencia, que se apropia de saberes, que se atribuye otros, que instaura pedagogías en la cotidianidad escolar, que produce resistencias y creaciones, que en el territorio la formación y el ejercicio docente crea políticas, economías, éticas y estéticas que constituyen una formación y ejercicio docente del lugar, de las situaciones y de los contextos situados en los territorios como ejercicios de diferencia social, política, ética y estética de expresión de sus propias libertades.

Palabras clave: Formación Docente. Territorios. Subjetividades. Singularidades. Diferencias.